sexta-feira, 17 de julho de 2015

Brasil com Z

“O Brasil perdeu a sensibilidade para o absurdo...
Fazendo um paralelo, se uma pessoa é assaltada e esfaqueada por causa de uma bicicleta aqui no Central Parque em Nova Iorque, eles fechariam o parque, quinhentos policiais estariam cercando e isto não aconteceria. As pessoas em Nova Iorque conseguem ver os absurdos, nós brasileiros não mais. ” José Padilha (diretor do filme Tropa de Elite)

Para aquelas pessoas que não gostam de comparações, assim como eu, diria que não se trata disto, mas de uma sensibilidade que estamos perdendo e isto não é bom. Estamos nos indignando, mas a cada dia que passa nos conformando com a situação. Com o pensamento que se as ruas estão violentas, a solução é ficar em casa, enquanto isto a violência toma conta.
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As propagandas vinculadas nos meios de comunicações nos alerta para não sair com colares, pulseiras, carteiras e celulares a mostra; não usar roupas de marcas, tênis e se for viajar para alguma cidade turística tentar não se comportar como turista. Só falta dizer para viajar, mas não sair do hotel.
As pessoas ouvem estas reivindicações, se escandalizam com isto, resmungam, engolem seco e seguem à risca. Tudo continua como está, afinal a vida continua.

Alguns países criaram cartilhas ensinando a se defender dos assaltantes no Brasil, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro por motivo de vários eventos que lá acontecem. Atitudes como esta gera mais revolta nos brasileiros do que a onda de violências noticiadas todos os dias nos telejornais.
O povo brasileiro sem dúvidas é um povo patriota que não aceitam críticas vindas de fora, mas fecham os olhos se conformando com os problemas internos.

Aproveitando para fazer outro paralelo; nos Estados Unidos é comum ver bandeiras do país nas sacadas das casas, eles sentem orgulho de serem americanos, mas isto não quer dizer que aceitam tudo calados, sabem reivindicar seus direitos e não poupam criticas ao governo quando necessário.

Para muitos brasileiros a internet virou um lugar de desabafo, onde diariamente vejo pessoas revoltadas expondo seus pensamentos políticos. Ao se desconectarem, vão dormir aliviados por terem desabafado e acordam mais animados para enfrentar o dia seguinte.

O dia seguinte traz os mesmos problemas, nada mudou apenas iniciam uma manhã mais aliviados para os aborrecimentos das realidades que virão durante o dia.

É um povo que precisa rapidamente recuperar a sensibilidade do absurdo, aprender a cobrar seus direitos e que a suas vozes sejam mais ativas fazendo a diferença.



Segue a integra da entrevistada dada por José Padilha.



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