Os partidos políticos no
Brasil compreendem a política de maneira similar à forma como os torcedores
entendem a Copa do Mundo.
A cada quatro anos, o maior
torneio de futebol do planeta é organizado, reunindo seleções de quase todos os
países.
Nesse período, promessas são
feitas, esperanças são renovadas, e expectativas são criadas em torno das
seleções que disputarão o tão cobiçado título mundial.
Durante um mês inteiro, as
nações se enfrentam em campo, enquanto os torcedores vibram, sofrem e sonham
com a glória de seus times.
No entanto, quando o torneio
chega ao fim e o campeão é coroado, a euforia rapidamente se dissipa, e a vida
volta ao normal.
O entusiasmo que antes
dominava as conversas cotidianas dá lugar a outros assuntos, e com o passar de
um ou dois anos, muitos já têm dificuldade em lembrar quem foi o vencedor da
última edição.
Da mesma forma, no cenário
político brasileiro, a cada ciclo eleitoral, os partidos se mobilizam,
promessas são lançadas, e os eleitores depositam suas esperanças em candidatos
que, supostamente, irão mudar o rumo do país.
A campanha é intensa, cheia de
debates e expectativas, mas, uma vez terminado o processo eleitoral e definido
o vencedor, a rotina volta ao curso habitual.
As promessas, muitas vezes,
são esquecidas, e a empolgação que tomou conta do período eleitoral se esvai,
até que, quatro anos depois, tudo ressurge com força total, trazendo novamente
o ciclo de promessas, expectativas e desilusões.
Essa analogia evidencia como a
política no Brasil, assim como a Copa do Mundo, é marcada por ciclos de intensa
mobilização e, muitas vezes, por um retorno à apatia e à normalidade após o
término dos eventos.
A questão que fica é: até
quando esse ciclo, na política, se repetirá sem que mudanças concretas e
duradouras sejam alcançadas?
Esta é uma pergunta retórica
sem uma resposta fácil, que se soubesse, juro que contava.